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Apesar do gênio manso de Aroldo, não me causou surpresa alguma sua filiação pelas minhas mãos ao MDB de Montes Claros, vindo a ser, nas eleições de 1966, o terceiro mais votado dentre todos os canditatos. A filiação de Aroldo ao MDB operou-se contra a vontade de todos os seus amigos, principalmente os médicos. Consideravam eles uma temeridade o ingresso de um homem maduro, já tido como médico de renome em todo o setentrião mineiro numa oposição à ditadura militar. Desconheciam eles o horror da nossa família para com a baioneta calada, a autoridade na vertical. Junto com o irmão Armando da Costa Tourinho, foi preso por ordem de Juracy Magalhães em razão de se manifestar a favor da Revolução Costitucionalista de São Paulo, em 1932, prisões só relaxadas após greve geral nas Faculdades de Medicina e Direito. Não sabiam também que nosso avô, Getulino da Costa Tourinho, foi quase à falência por ter apoiado Ruy Barbosa na campanha civilista contra o candidato Hermes da Fonseca. Percebe-se pelo relato que a família Tourinho, com tantos oficiais generais em seu meio, geneticamente nunca foi de apoiar baioneta calada e, menos ainda, a baioneta falada, indutora dos maiores desatinos, só comparáveis aos praticados pela Inquisição contra a humanidade. Até mesmo, talvez, o mais doce e ameno Aroldo Tourinho, figura inesquecível para quem com ele conviveu, era desconhecido como figura capaz de se rebelar contra a última (assim esperamos os que temos bom senso) ditadura em nosso País.
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