quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MEU IRMÃO AROLDO - Fernando Tourinho Filho

Fernando da CostaTourinho Filho

De uma série de filhos do casal Fernando da Costa Tourinho e Luiza Freire Tourinho, fui o sexto e último. Aroldo foi o segundo. Nasci em 1926, em Viçosa, e ele em 1912, em Salvador. Enquanto ele estudava em Salvador, morando com meus avós paternos, eu, criança, ficava ao lado de meus pais, indo de um lugar para outro, cumprindo ordens do governador, responsável pela remoção dos juízes. Àquela época não se falava em inamovibilidade dos juízes.
   Vim conhecer Aroldo em Nilo Peçanha, onde papai era juiz e ele estava passando as férias e prestes a se formar. Depois eu o vi por alguns dias, quando papai estava em Salvador,  na casa dos pais de Lourdes, sua prima e namorada, na rua Castro Neves, 74, aguardando ordens para ir para Itambé. Em 1937 ele apareceu por lá, já casado com minha prima Lourdes. Papai o aconselhou a ir clinicar em Encruzilhada, pois correra a notícia de que lá não havia médico. E ali ele permaneceu por vários anos. A distância entre Itambé  e Encruzilhada era de 12 léguas (como se costumava falar). Lá estive em 1939, indo em lombo de burro, acompanhado por um dos empregados do Cel. Ozório Gusmão. A viagem era feita em duas etapas. Na primeira pernoitávamos na fazenda do "Seu" Ato (Veriato Ferraz). No dia seguinte rumávamos para Encruzilhada. Depois que  fomos para Salvador, em razão da aposentadoria de papai, que sofrera um AVC num júri, voltei a Encruzilhada em 1944, após a morte dele, ocorrida em 43. E observei que tanto ele como Armando, nosso irmão mais velho, ele médico, e Armando  advogado, eram pessoas queridas na cidade. Era Aroldo  profundamente dedicado e, não sei porque, tinha uma certa predileção pelos partos que fazia em mulheres de baixa renda. Tinha pena do tratamento diferenciado que o hospital lhes dispensava. Parece até anedota, mas, me recordo de uma senhora "metida a besta" que o consultara. Era pernóstica e apresentava ares de que sabia de tudo. E Aroldo, na sua humildade e simplicidade, não suportava a altivez da "caipirona metida". Certa feita Aroldo, ainda agarrado ao Testut, livro de anatomia que o acompanhava, receitou uma injeção para aquela senhora e lhe disse: É para tomar no "fesse", usando, pernosticamente, o velho francês. E ela: Onde, Doutor? Na região glútea, respondeu ele. Onde mesmo, doutor? Nas nádegas. E como ela ainda não houvesse entendido, ele soltou um sonoro "na bunda".
   De Encruzilhada Aroldo, Lourdes, Raymundinho e Layce (seus primeiros filhos) foram para Montes Claros, a pedido do meu tio Mário. Todo ano, no aniversário de mamãe, 12 de Janeiro, ele aparecia em casa, levando Lourdes e os meninos. E a família já havia crescido: havia o Haroldinho e o Roberto. Era uma festa. Todos os irmãos (seis) sentados à mesa para o "cozido", prato típico da Bahia, que minha mãe  preparava como ninguém. Quando me formei em Direito, em 1952, fui a Montes Claros. Ficava o tempo todo com os meninos de tio Mário (Genival e Mário) e os de Aroldo, principalmente os mais velhos (Raymundinho e Layce). Certa feita, Aroldo havia saído para fazer um parto numa fazenda e Raymundinho me obrigou a usar o avental do pai  e com o estetoscópio passei a imitar o mano, examinando Roberto e o proprio Raymundo. Era só brincadeira.
   Já em São Paulo, onde ingressei no Ministério Público, todo ano nós nos reuníamos na casa de mamãe para festejar seu aniversário. Era só festa. Haroldinho era o "dodoi" das meninas. E eles iam de carro de Montes Claros a Salvador. O motorista, me lembro até hoje, era o Gabi. Bebia pra burro. Eu, minha esposa e minhas duas filhas, de São Paulo íamos para lá também, enfrentando a Rio-Bahia sem asfalto. Era uma tristeza. Quando chovia, só mesmo a vontade de ver a mãe e os irmãos justificava o sacrifício. Doce sacrifício.
   Mais tarde, soube que Aroldo fora operado em Montes Claros, mas, em virtude de  uma diabetes que o perseguia, houve problemas e o colega que o operou o encaminhou a Belo Horizonte. Eu e Dita fomos visitá-lo. Estava na UTI do hospital São Lucas. Quando ele me viu (a UTI era cercada de vidro, como se fosse uma grande redoma), riu e fez um bilhete para Lourdes: "Você viu? Pitango (meu apelido de infância) esteve aqui". No dia seguinte voltei ao hospital e quando ele me viu pela segunda vez, arqueou os sobrolhos, como quem estivesse pensando: "Se ele está indo para Salvador, por que ficou aqui? Devo estar mal". Dali saí e voltei a Jaú, Estado de São Paulo, onde exercia o cargo de Promotor. Mal cheguei - e isso por volta das 4:30 da manhã, o telefone tilintou e reconhecí a voz de Genival, dizendo: É triste, mas Aroldo se foi e o enterro será hoje, em Montes Claros. Não havia condições de ir. Lembrei-me que um  vizinho ia todos os dias a São Paulo num bimotor de sua propriedade. Quando falei com ele, logo cedo, de imediato pôs à minha disposição a aeronave, pelo tempo que quizesse, conquanto o deixasse em São Paulo. Fui com a minha filha Sylvinha. No velório - como nos velórios de antigamente - um profundo silêncio. Ninguém falava.Como que ninguém acreditasse no que estava vendo. Eu fiquei de pé junto ao caixão por um bom tempo. Na saída fiquei por demais emocionado. Estavam dezenas e dezenas de mulheres de baixa renda, as mesmas que ele adorava atender, carregando flores nas mãos, dando-lhe o último adeus. Era a cidade comocionada. Parecia até que era um feriado. E ele gostava de atender aquelas mulheres. Certa feita me disse Lourdes: Aroldo sofre quando vê um tratamento diferenciado no hospital, as mulheres de posse com um tratamento bem  diverso. Ele, entretanto, como médico e não como dono do hospital, dava-lhes o mesmo carinho que emprestava às demais.
   E ele amava profundamente a profissão. Era um "senhor" obstetra, um "senhor" ginecologista. Sempre me orgulhei dele, como de todos  os demais irmãos e agora, na comemoração do seu centenário, só posso dizer: Você, mano velho, não morreu, está bem vivo nos corações dos que ficaram.

DR. AROLDO TOURINHO - Jacy Ribeiro

Jacy Ribeiro

Há 60 anos cheguei em Montes Claros. Recém-casada, novinha, bobinha. Mário morria de pressa para povoar o mundo, porque, penso eu, seu irmão e a maioria dos seus tios não tinham filhos. Achava que os Ribeiro iriam acabar. Passaram-se meses e eu não engravidara. Procuramos, então, o Dr Aroldo Tourinho, seu colega de Santa Casa, médico famoso. Fiquei encantada com sua delicadeza, competência e paciência – com “a fleuma do Aroldinho”, brincava Mário. Foi amizade recíproca à primeira vista.
    Durante anos frequentei o consultório do Dr. Aroldo e sempre, como todas as suas inúmeras clientes, era tratada com ternura de pai. Dr Aroldo fez todos os meus partos - dez! - e não foi apenas parteiro, foi compadre e amigo muito querido toda a vida.  Lembro-me dele segurando a minha mão antes e depois do parto, com o maior carinho, animando-me, confortando-me. Costumava deixar a Santa Casa somente depois de ter certeza de que tudo estava em perfeita ordem. Irmã Malvina sempre comentava com sua fala enrolada: Dr. Aroldo vai ligar, logo após chegar em sua casa, para saber se você e o bebê estão passando bem. Dito e feito. Quinze minutos depois, o telefone tocava. Batata! Era ele.
   Quando a minha caçula nasceu, Mário e meus pais estavam viajando. Comecei a sentir contrações e, para não preocupar os filhos, fui caladinha ao seu consultório. Dr. Aroldo me examinou e perguntou: Quer chamar alguém para acompanhá-la à Santa Casa? A criança já vai nascer! Respondi que não, Doutor, irei sozinha com o senhor. E lá fomos nós. Eu, tensa, pronta para parir. Ele, coitado, preocupadíssimo, dirigindo, barbeirando. Imaginem como foi longo o pequeno percurso até o Hospital. Graças a Deus, tudo correu bem e foi, mais tarde, motivo de muita alegria e piada.
   Dr. Aroldo Tourinho, meu médico, meu compadre, meu amigo, cultivou a bondade, a lhaneza, a paciência, a paz. Foi exemplo de Médico e de Homem. Que saudade!                                  

HISTÓRIAS DE SAUDADES QUE FAZEM UMA HOMENAGEM... Irene Tourinho

Irene Tourinho


"Fique calma que eu vou virar esta criança... Ela sentou!..." Grávida pela primeira vez, ouvi assustada aquela frase... Dr. Aroldo tinha a paciência, a ternura e a experiência que qualquer grávida, de primeira ou de muitas viagens, sonha e busca. Ele me examinava no consultório contíguo à sua casa, lugar que eu, naquela época sua nora, frequentava com liberdade. "Como assim, virar a criança?" perguntava ansiosa. Ele, com aquele humor fino e discreto, ria, e dizia "é rapidinho". E foi!
   Senti suas mãos fazendo uma coreografia na minha barriga, desenhando uma ciranda que provocava ondas que me reviravam por dentro. Não doía. Ele me apalpava e estranhos movimentos aconteciam, até que uma forte sensação de encaixe me apaziguou. Ele voltou a rir: "Tá no lugar... Espero que ela não sente novamente". Pouco tempo depois a criança voltou a sentar e Dr. Aroldo, fazendo graça, novamente a colocou no lugar. Doce, meigo, preciso, ele compartilhava comigo a apreensão. Naquele tempo, saber se era menino ou menina não fazia parte da gravidez. A surpresa preenchia a espera. Finalmente, nasceu Marina, fruto de uma cesárea que ele tentou evitar, sem solução. Ela obedeceu as mãos do médico, ficou na posição que ele moldou, mas resistiu ao parto normal.
   Anos mais tarde, vivendo nos Estados Unidos, contei a história para meu novo ginecologista. Tive uma dimensão ampliada da importância do procedimento que apenas uma vida dedicada à profissão - como foi a de Dr. Aroldo - podia oferecer. E mais: o novo ginecologista custava a acreditar que eu tinha feito uma cesariana. Exclamava, com admiração: "Isso é trabalho de cirurgião plástico... Só muita competência para chegar a um resultado assim!"Encantada, eu me orgulhava, revia as cenas que antecederam o parto, lembrava do carinho imenso que recebi durante aquele período e me emocionava. Até hoje, escrevo e não consigo - nem sei se quero - evitar esta emoção.
   Ainda se fazem médicos como antigamente??? Possivelmente, sim. Porém, Dr. Aroldo agregava à responsabilidade e compromisso profissional um profundo sentido humano que marcava e atravessava seus fazeres de médico, de amigo, de sogro (posso dizer...), de pai. Celebrar seus 100 anos é, para mim, motivo de intensa alegria, de reconhecimento pela sua justa e inabalável conduta. Se ele estiver acompanhando, que receba meu abraço e meu beijo carinhoso e agradecido (e de Marininha também!).
  

DR. AROLDO TOURINHO - Carmen Dias

Carmen Dias Netto Victória 

Tenho uma relação de amor incontestável e inabalável com Montes Claros. Podem achar bairrismo, mas em Montes Claros está minha história. Lá estão minhas referências, pessoas que conheci, amei e respeitei. Gosto de fazer viagens sem mapas pelas regiões da memória afetiva. Gosto das memórias bonitas impressas em cores. Ás vezes me pego com saudade delas, então as resgato.
   Hoje, retirei do meu baú de lembranças o grande médico e exemplar cidadão, Dr. Aroldo Tourinho. Vivemos num país de exígua memória, sendo necessário que as novas gerações conheçam as pessoas que construíram a história da cidade onde vivem, pois é fundamental fazer um elo entre o que passou e o que há de vir.
   Dr. Aroldo Tourinho nasceu em 20 de fevereiro de 1912, em Salvador. Descendente de tradicional família baiana, era filho do Dr. Fernando da Costa Tourinho e D. Luiza Tourinho, ele sobrinho do Dr. Mário Tourinho, que também honrou com o seu trabalho a medicina em Montes Claros.
   Estudou medicina na respeitada e tradicional Universidade Federal da Bahia, onde foi aluno brilhante, formando no ano de 1937. Após a formatura, trabalhou nas cidades de Itambé e Encruzilhada, onde seu pai foi Juiz de Direito. Em 1944, veio para o norte de Minas onde trabalhou nos distritos de Patis e Bela Vista, hoje Mirabela.
   Dotado de excelente formação acadêmica e profissional, além de especialista em ginecologia e obstetrícia, era um grande clínico geral, um verdadeiro médico de família. A que mais se destacava entre tantas qualidades era sua humildade. Homem de personalidade e caráter irrepreensíveis, absolutamente sincero, leal, generoso, modesto, digno, e convicto do que fazia e pensava.
   Clinicou em Patis e Bela Vista, localidades onde conviveu de igual para igual com pessoas simples. Tinha o dom de entender a vida, pois a viveu com os olhos da alma. Nessa época, os distritos de Montes Claros eram totalmente desprovidos de recursos. Não havia as mínimas condições para o exercício da medicina; mesmo assim ele a exerceu com a maior eficiência, porque o fez com humanidade e competência.
   Em 1946, vinda de Bela Vista sua família alugou a casa de meus pais na Rua Presidente Vargas, esquina com a Avenida Afonso Pena. Nossas famílias se conheceram, tornaram-se grandes amigas do coração, amizade fortalecida ao longo da nossa convivência. Desta época tenho muitas lembranças pois minha infância foi junto com a de Layce e Raimundo, seus filhos.
   Desta minha convivência lembro de fatos que até hoje me fazem sorrir, ante a simplicidade daqueles tempos. A história de Dr. Aroldo se confunde com a história da própria Ginecologia e Obstetrícia em Montes Claros, quando os médicos que se dedicavam a essas especialidades se denominavam “médicos de senhoras” . Assim era a placa na janela do seu consultório.
   Eu gostava de ver na sua sala de espera as discretas e pudicas clientes, vestindo severas batas para disfarçar a gravidez, tal a repressão daqueles tempos. Aí, acontecia um fato engraçado: seus clientes do sexo masculino não aceitavam Dr. Aroldo só tratar de mulheres. Chegavam de Patis, Bela Vista, e enquanto Dr. Aroldo não os atendesse não saíam de lá. E ele o fazia, sempre seguro em seus diagnósticos.
Tratava os poderosos da mesma forma que os humildes. Não fazia distinção entre ricos e pobres - esses quase nunca o pagavam, ou quando o faziam era em forma de galinhas, leitões, ovos ou frutas.
   Dr. Aroldo trabalhou durante toda a sua vida na Santa Casa de Misericórdia, onde introduziu a operação cesariana, utilizando-a somente quando bem indicada e necessária. Muitas vezes fui com Layce chamá-lo no Cine São Luiz ou Montes Claros, para fazer um parto ou atender a uma emergência. Ele saía sem reclamar, no que era acompanhado por D. Lourdes, sua companheira de todas as horas.
   São muitas as lembranças e saudades que Dr. Aroldo deixou. Médico de várias gerações, trouxe ao mundo milhares de montes-clarenses, entre eles minha filha Ivana, hoje também médica, a quem conto passagens exemplares da vida do Dr. Aroldo.
   Ele faleceu no dia 24 de fevereiro de 1982 em Belo Horizonte. É um exemplo a ser seguido, por médicos ou qualquer um de nós – seja como profissional, como ser humano. Como pai legou a seus filhos um exemplo de vida centrado em honestidade, coerência aos princípios, sinceridade nas amizades, devoção ao trabalho. Como político, um homem todo e por inteiro. Daqui a muitos e muitos anos, além do Hospital Aroldo Tourinho, da rua e do anel rodoviário que receberam o seu nome, sempre haverá alguém que vai dizer: minha mãe, minha avó falavam de um grande médico, um grande homem que tanto trabalhou por Montes Claros no século passado.
   Agradeço a Deus a dádiva de ter privado do seu convívio. Relembro com carinho e admiração a figura inesquecível de Dr. Aroldo Tourinho, legenda e exemplo de esposo, pai, médico e cidadão. Obrigado, Montes Claros, por reverenciá-lo no seu centenário de nascimento. Parafraseando o filósofo: “quem reconhece os beneméritos de sua terra exalta a humanidade”.

DR. AROLDO TOURINHO - Mary Pimenta

Mary Pimenta Alkimim

"Há um anjo que se apresenta                           
com suas vestes de luz, com suas mãos de doçura,
com sua voz sincera ...
Sempre sorri. Sempre abraça.
Sempre envolve e alivia a dor. ” (autor desconhecido)

Dr. Aroldo, cuja característica foi a de um homem humilde e absolutamente humano! Eu o conheço desde menina, da rua São Francisco, onde éramos vizinhos. Frequentava sua casa para brincar com seus filhos Raimundo e Layce. Assim constituí um vínculo com a família Tourinho. Tempo bom... ! Tempo de brincadeiras inocentes, andar descalças e aproveitar do tempo chuvoso para soltarmos barquinhos de papel que deslizavam na enxurrada caudalosa e de cor barrenta que corria em frente nossas casas. Fomos crescendo e a amizade se solidificando. Nossa juventude: não posso lembrar este momento e esquecer da família Tourinho.
   Dr. Aroldo e D. Lourdes, casal mil da nossa sociedade, marcaram  presença em nossas alegrias e felicidades. Com eles frequentávamos as festas nos clubes, que eram o máximo em nossa época. Que saudades! Meus pais não iam às festas, então a salvação era ser amiga do casal que, como “bons baianos” eram festeiros, principalmente para o carnaval! Eu ficava com ”inveja” de Layce, que tinha todos os “apetrechos” para o carnaval e ainda desfilava a cada dia uma fantasia diferente. Eu sempre de carona !!!!! Tínhamos também os amigos Janete Bessone, Mário e Genival Tourinho e outros de quem não me lembro. Ô tempo bom!
Chegando à idade adulta, nos separamos por alguns anos: Raimundo e Layce foram estudar em Belo Horizonte e eu fui para o Rio de Janeiro.
Vencida esta etapa, vieram nossos casamentos e os filhos, e assim a vida mudou. Ou mudamos nós?
   Mas o médico Dr. Aroldo Tourinho continuou a honrar sua  profissão com o coração da pessoa apaziguadora e simples que sempre foi. Não deixei de frequentar sua casa. Desta vez mais próxima de D.Lourdes, que continuava minha vizinha! Em nossos encontros, Dr.Aroldo costumava desabafar as “travessuras” de Aroldinho e Roberto (os famoso Cabaret e Didu, de tantas histórias). Ele falava com seriedade, mas conformado com “as proezas” dos rebentos. Era para chorar de rir: “os causos...”
   Dr. Aroldo, aquele que sempre tentou diminuir as dores que as pessoas carregavam, foi meu vizinho,  meu amigo, meu médico, pai dos meus queridos amigos Raimundo, Layce, esta que é minha comadre e carrega todos os adjetivos qualificativos (inteligência e cultura são  itens que merecem destaque), Haroldinho, Roberto e Henrique. Só posso desejar que seu centenário de nascimento seja muito comemorado e que as homenagens dignas de sua nobreza sejam realizadas devido a tudo que representou para nossa Montes Claros!